A XXVII edição do Colóquio discute o sentido polissêmico da iniciação que se encontra em jogo tanto em no pensamento de Heideger , quanto em sua relação com a tradição clássica.

Um dos objetivos do evento é o de interrogar das origens do pensamento heideggeriano ao mapear as diversas contribuições de momentos e autores dessa tradição para seu surgimento, indo dos escritos de Aristóteles e outros pensadores do momento grego, até as obras de pensadores medievais, modernos e o contexto imediato marcado pela hermenêutica e o neo-kantismo. É também importante compreender em que medida a interrogação continuada de autores da tradição promoveu transformações em seu pensamento, como, notadamente, as conhecidas origens nietzschianas e hölderlinias da virada de sua obra nos anos 1930.

O tema do colóquio também se declina na tentativa de avaliação do importante problema da “origem” (Ursprung) da tradição filosófica, que se dá enquanto um início ativo (springen) que pede, atualmente, pela capacidade de  pensar uma alteridade possível pela questão central do outro início. Finalmente, trata-se também de compreender as contribuições do pensamento de Heidegger para a situação contemporânea pela interrogação de sua capacidade de originar novos modos de interrogação e temas de pesquisa na contemporaneidade. Deste modo, o tema tem importância destacada para os estudos históricos e filológicos sobre a obra de Martin Heidegger. Além disso, os problemas organizados em torno desta discussão possibilitam abordagens não apenas historiográficas, mas tratamentos que pertencem a áreas básicas de problemas filosóficos, como a teoria da intencionalidade e da linguagem, a filosofia da ação e da mente, a filosofia da história e a filosofia prática em geral.

Por fim, o tema é altamente relevante para a abordagem naturalizada em Fenomenologia, pois admite um exame em diálogo com as Ciências da Memória Cultural, com as Ciências Cognitivas e com a Filosofia da Memória uma vez que também se propõe a tecer reflexões contemporâneas.